John Tallis (1817-1876) foi um dos mais notáveis editores cartográficos ingleses do século XIX, embora tenha publicado apenas um atlas. Natural de Stourbridge, no Worcestershire, iniciou a sua carreira na agência de seguros do pai em Birmingham, onde trabalhou entre 1836 e 1842, mudando-se para Londres por volta de 1841. Por volta de 1838, publicou uma coleção inovadora de vistas das ruas de Londres (London Street Views), com representações detalhadas das fachadas dos edifícios, que antecipa, em certa medida, os atuais sistemas de visualização urbana. Entre 1842 e 1849, associou-se ao seu irmão Frederick Tallis, com quem desenvolveu várias edições cartográficas e ilustradas, incluindo The British Colonies (1849), que reuniu pela primeira vez os mapas desenhados e gravados por John Rapkin – muitos dos quais seriam integrados na obra que lhe conferiu maior renome: o Illustrated Atlas of the World, publicado em 1851 por ocasião da Grande Exposição. Este atlas é amplamente considerado o último grande exemplo da tradição da cartografia decorativa oitocentista, combinando rigor geográfico e apurado sentido estético. Após uma estadia nos Estados Unidos, onde fundou agências editoriais em várias cidades, Tallis adquiriu a parte do irmão no negócio e fundou a John Tallis & Company, que operou até 1854. No auge da atividade, a empresa contava com mais de 500 empregados e agências em vinte e seis cidades no Reino Unido, Estados Unidos e Canadá. Nesse ano, fundou com Ephraim Tipton Brain a London Printing and Publishing Company, que publicou numerosas gravuras, vistas e retratos com as molduras ornamentais características de Tallis. Em 1857, tentou adquirir The Illustrated London News, proposta recusada por Herbert Ingram. Como resposta, fundou The Illustrated News of the World, projeto que se revelou um fracasso comercial e contribuiu para a sua falência em 1861. Residia em New Cross, no sudeste de Londres. A sua casa na New Cross Road encontra-se hoje classificada como edifício de interesse arquitetónico e histórico e ostenta uma placa azul em sua memória. Morreu em Londres, a 3 de junho de 1876.
PEDRO PASCOAL DE MELO (maio, 2025)