CENTRO DE MESA COM TAMPA
CENTRO DE MESA COM TAMPA
CENTRO DE MESA COM TAMPA
CENTRO DE MESA COM TAMPA
CENTRO DE MESA COM TAMPA
CENTRO DE MESA COM TAMPA
CENTRO DE MESA COM TAMPA
CENTRO DE MESA COM TAMPA

CENTRO DE MESA COM TAMPA

Centro de mesa con cubierta [ES]
Centerpiece with lid [EN]
Centre de table avec couvercle [FR]
Tafelaufsatz mit Deckel [DE]
蓋付きセンターピース [JP]
Artes Decorativas e aplicadas
Gaetano Battaglia (1826-1887)
- Autor

Itália
- Produtor

Descrição:
Centro de mesa com tampa, em faiança policromada. Acessório de uso doméstico. Produção italiana, marcada Gaetano Battaglia, atribuível à segunda metade do século XIX.

Centro de mesa com tampa, de grandes dimensões, em faiança moldada e policromada, de produção italiana, datável de cerca de 1850-1885, com marca pintada de Gaetano Battaglia (1826-1887), Nápoles. De caráter monumental, apresenta-se na forma de urna retangular, assente sobre pés em voluta, com os cantos decorados por tritões em relevo. Os lados maiores exibem reservas pintadas ao gosto istoriato, inspiradas em modelos quinhentistas italianos: uma alusiva ao triunfo de Alexandre III Magno (ou Alexandre, o Grande), Rei da Macedónia, no momento da sua entrada na Babilónia após a derrota de Dario III, rei dos persas aqueménidas; e a outra representando o Carro do Sol, com Faetonte ou Hélio/Apolo conduzindo a quadriga solar. Nos lados menores, as pegas apresentam a forma de cabeças de leão segurando argolas na boca. A tampa é adornada por um grupo escultórico centrado em Dionísio/Baco, deus do vinho, representado como um homem maduro, nu e ligeiramente obeso, segurando um cacho de uvas numa das mãos, acompanhado por um putto e um jovem sátiro, dispostos entre um cão e uma tartaruga. Pintada na base, a marca "G. Battaglia" é acompanhada das iniciais “Fabb” (abreviatura de Fabbrica) e da letra “N”, indicando que a peça foi produzida na oficina deste artista, em Nápoles.

De elevada qualidade técnica e artística, esta cerâmica insere-se na produção historicista italiana da segunda metade do século XIX, marcada pela reinterpretação de modelos renascentistas e maneiristas com rigor e paletas sofisticadas. Aproxima-se das obras de Angelo Minghetti (1822-1885) e dos seus filhos – Gennaro, especializado na decoração com grotescos, e Arturo, dedicado à pintura de figuras e paisagens – todos ativos na Fabbrica di maioliche Minghetti, em Bolonha. Embora outras manufaturas italianas, como as de Imola, Pesaro ou Faenza, se tenham igualmente dedicado a recriar a tradição renascentista, foram os Minghetti que alcançaram maior notoriedade, tornando-se uma das principais referências do revivalismo cerâmico oitocentista. Exemplo notável desse prestígio é o serviço de mesa concebido por Gennaro Minghetti para António de Montpensier, Príncipe de Orleães, Infante de Espanha e Duque de Galiera (1866-1930), encomendado por ocasião do seu casamento com a Infanta Eulália de Espanha, em 1886. Este conjunto, composto por cerca de novecentas peças – entre candelabros, jardineiras, centros de mesa, fruteiras e outros objetos – incluía esculturas de Alessandro Massarenti (1846-1923). Os ceramistas italianos desta geração inspiravam-se frequentemente em gravuras narrativas antigas, como as de Marcantonio Raimondi (c.1480-c.1534) e outros mestres do Cinquecento romano e veneziano. A partir destes modelos gráficos, reinterpretavam cenas, figuras e ornamentos, transpondo-os para a superfície cerâmica com grande rigor. Produzidas para residências nobres, palácios e exposições internacionais, estas peças distinguiam-se por formatos monumentais, pela atenção ao detalhe e pela fidelidade aos protótipos antigos.
PEDRO PASCOAL DE MELO (Agosto, 2025)

Fontes e Bibliografia:
FIORILLO, Ciro. "Gaetano Battaglia maiolicaro a Napoli", in Quaderni dell’Emilceramica: storia e tecnica della ceramica particolarmente nell’arredo domestico e urbano, N.º 16, 1992, pp. 3-8;
MAROTTA, Anna. "Decoro e traccia grafica nelle ceramiche dalla tradizione alla Contemporaneità", in Decoro e traccia grafica nelle ceramiche dalla tradizione alla Contemporaneit. 16.º Congreso Internacional de Expresión Gráfica Arquitectónica [Atas]. Alcalá de Henares: Departamento de Arquitectura de la Escuela de Arquitectura de la Universidad de Alcalá & Fundación General de la Universidad de Alcalá, 2016, pp. 1223-1230;
MORGANTI, Maria Grazia. "La fabbrica Minghetti", in Raffaella Ausenda & Gian Carlo Bojani (org.), La ceramica dell’Ottocento nel Veneto e in Emilia Romagna. Modena: Artioli, 1998, pp. 219-229;

TORTOLANI, Giacinto. "La fabbrica napoletana dei fratelli Mosca: il Bello e l'Utile" in Faenza: bollettino del Museo internazionale delle ceramiche in Faenza, N.º 4-6, Vol. 92, 2006, pp. 93-153.

Dimensões:
Totais : A. 50 x L. 53 x P. 28 cm
Nº de Inventário:
PGRA-PS0303
Data de produção:
circa 1850 - 1885
Material e técnicas
Cerâmica (Faiança) - Moldada, esmaltada e policromada
Incorporação:
Adquirida em 1981 pela Região Autónoma dos Açores, durante a vigência do II Governo Regional (1980-1984), por intermédio do antiquário e colecionador Eduardo Rangel Pamplona Silvano (1924-1999), esta peça integra desde então as coleções da Presidência do Governo dos Açores e encontra-se atualmente em exposição no Palácio de Sant’Ana, em Ponta Delgada.

Autonomia dos Açores Digital | CollectiveAccess parametrizado e estendido por Estrutura para a Casa da Autonomia

Ao continuar a navegar no CCM - Património Museológico Açores está a aceitar a utilização de cookies para optimizar o funcionamento deste serviço web e para fins estatísticos.

Para mais informações, consulte a nossa Política de Privacidade.

Continuar