CAIXA DE ESCRITA
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CAIXA DE ESCRITA

Caja de escritura [ES]
Writing box [EN]
Coffret à écrire [FR]
Schreibschatulle [DE]
書箱 [JP]
Mobiliário
Batávia (Índias Orientais Neerlandesas)
- Produtor

Título Alternativo:
Caixa escritório
Descrição:
Caixa de escrita portátil em madeira, com ferragens em latão. Móvel para escrita. Produção da Batávia (Índias Orientais Neerlandesas) por artesãos chineses, para o mercado europeu de exportação, datável dos séculos XVII-XVIII.

Caixa de escrita portátil em madeira, de formato paralelepipédico, com compartimento superior dotado de tampa articulada. Produzida em Batávia – antigas Índias Orientais Neerlandesas, atuais províncias indonésias de Jacarta, Banten e Java Ocidental – por artesãos chineses destinados ao mercado europeu de exportação – nomeadamente para a Companhia Holandesa das Índias Orientais –, é datável dos séculos XVII-XVIII. A peça é possivelmente executada em huanghuali (Dalbergia odorifera), madeira endémica da China, conhecida em Portugal como pau-rosa fragrante ou pau-rosa chinês, muito apreciada na marcenaria chinesa e sino-batávia da época. O interior integra uma bandeja extraível em madeira, organizada segundo um programa funcional característico dos objetos de escrita portáteis: um espaço principal destinado à guarda de papel e cinco compartimentos menores para penas, tinteiro, areeiro, lacre e outros. No fundo do compartimento principal, uma tampa articulada permite o acesso à zona inferior da caixa, área concebida para o depósito de documentos e igualmente acessível mediante a remoção da bandeja. O móvel apresenta ferragens em latão de execução cuidada: cantoneiras e reforços recortados em forma de ruyi – motivo ornamental chinês associado à prosperidade e à realização de desejos – que se repetem na placa da fechadura e nos espelhos das asas laterais, estas moldadas em “C”. Duas dobradiças de tira e numerosos rebites do mesmo metal asseguram o sistema de fixação, contribuindo simultaneamente para a coerência e o equilíbrio decorativo do conjunto. A base encontra-se revestida por fragmentos de um jornal português – atualmente muito deteriorado –, presumivelmente utilizado como reforço ou proteção do assentamento.

Caixas portáteis de escrita como esta eram utilizadas por funcionários e comerciantes da Companhia Holandesa das Índias Orientais (VOC – Vereenigde Oost-Indische Compagnie, fundada em 1602 e dissolvida em 1798) destacados em territórios como a Índia, o Sri Lanka e as Índias Orientais Neerlandesas, correspondentes à atual Indonésia. O seu uso estava associado à intensa atividade administrativa e comercial da Companhia, que exigia a redação constante de relatórios sobre o comércio, a política local, os costumes e outros aspetos considerados relevantes para os seus interesses. A necessidade de reproduzir essas comunicações em múltiplas cópias manuscritas contribuiu para a ampla difusão de móveis de escrita portáteis, indispensáveis ao quotidiano dos agentes coloniais em Batávia e noutros entrepostos asiáticos entre os séculos XVII e XVIII.
PEDRO PASCOAL DE MELO (Novembro, 2025)

Bibliografia consultada:
  • VEENENDAAL, JAN. Furniture from Indonesia, Sri Lanka and India During the Dutch Period. Delft: Foundation Volkenkundig Museum Nusantara, 1985.

Dimensões:
Totais : A. 16 x L. 47,5 x P. 35,5 cm
Nº de Inventário:
PGRA-PS0417
Data de produção:
Século XVII-XVIII
Material e técnicas
Madeira - Ensamblada
Latão - Fundido e recortado
Incorporação:
Peça adquirida em 1984, durante a vigência do III Governo Regional dos Açores (1984-1988), ao antiquário e colecionador Eduardo Rangel Pamplona Silvano (1924-1999). Integra desde então as coleções da Presidência do Governo dos Açores, estando atualmente em exposição no Palácio de Sant'Ana, em Ponta Delgada.

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