ABASTECIMENTO, PRODUÇÃO E CONSUMO
O abastecimento das ilhas foi uma tarefa complexa durante primeiras fases da expansão marítima portuguesa, sobretudo pelos condicionalismos impostos pelo meio físico. Numa primeira fase importava-se uma grande variedade de bens, sobretudo materiais, que as ilhas não eram ainda capazes de produzir. Porém, a dependência face ao reino foi-se suavizando à medida que se robustecia a ocupação das ilhas e a consolidação das estruturas de exploração económica do território. Contudo, as necessidades de abastecimento mantiveram-se ao longo de todo o período moderno e contemporâneo. Destacam-se em alguns contextos vestígios de bens materiais de elevado valor, realidade que tem nítido reflexo nos espólios arqueológicos identificados no convento de Santo André, por ser um espaço conventual feminino frequentado pelas elites urbanas micaelenses. Produtos hoje comuns e quase todas as casas, tais como o azeite, o sal, o vinho e outras bebidas alcoólicas, eram à época apenas acessíveis a grupos abastados. A identificação de fragmentos de recipientes que transportavam esse tipo de produtos é, por isso, um testemunho importante do seu consumo.