FÁBRICA CERÂMICA DO CARVALHINHO
Fábrica Cerâmica do Carvalhinho
A Fábrica do Carvalhinho é fundada, a 13 de novembro de 1841, na calçada da Corticeira, Porto (Portugal), por Tomás Nunes da Cunha e António Monteiro Cantarino (n.1813), tendo se instalado na antiga capela e quinta do Senhor do Carvalhinho (daí o nome da empresa), também conhecida como quinta da Fraga. Em 1869 era já só pertença do primeiro sócio e denominava-se Fábrica de Louça e Azulejo do Carvalhinho, produzindo azulejos, telha adornos de jardim, louça e vasos. O negócio, em 1878, será continuado pelo genro João Camilo Castro Jr., que por sua vez o vai ceder, em 1899, a António Nunes Dias de Freitas (m.1958). Sob a direção deste a fábrica irá aumentar as instalações e a qualidade da produção, vindo o seu mérito a ser reconhecido, em 1897, na Exposição Industrial Portuguesa, e, em 1901, na Exposição de Cerâmica, ambas realizadas no Palácio de Cristal (Porto), tendo nesta última obtido uma medalha de ouro. Na fábrica da Carvalhinho, e também na do Senhor do Além, será feito o grandioso painel de azulejos, datado de 1912, que reveste a fachada lateral da Igreja da Ordem Terceira do Carmo, no Porto, desenhado por Silvestre Silvestri (1859-1925) e pintado por Carlos Branco (c.1878-1924). Em 1923, o referido novo proprietário, António Dias de Freitas, transfere a fábrica para Vila Nova de Gaia, construindo ali um novo complexo fabril e abandonando as instalações originais; e, em 1930, a empresa, agora denominada Fábrica Cerâmica do Carvalhinho, associa-se à Fábrica de Louça de Sacavém, iniciando um período áureo na sua história produtiva. Com a morte de António Dias de Freitas, em 1858, e a saída da Fábrica de Sacavém da sociedade, em 1965, a fábrica irá entrar em decadência, sofrendo uma morte lenta, até acabar por encerrar a sua atividade em 1977.
PEDRO PASCOAL DE MELO (outubro, 2023)
Bibliografia consultada: PEREIRA, Hugo. "Fábrica Cerâmica do Carvalhinho: História e acção social, desportiva e cultural", Comunicação apresentada no 1.º Encontro de História e Investigação, organizado pelo Departamento de História e Estudos Políticos e Internacionais da Faculdade de Letras da Universidade do Porto nos dias 23 e 24 de março de 2007 (Disponível em: https://www.academia.edu/1698899/Fábrica_Cerâmica_do_Carvalhinho_História_e_acção_social_desportiva_e_cultural, Acesso em: 13 de outubro de 2023); QUEIRÓS, José. Cerâmica Portuguesa e outros estudos. Lisboa: Editorial Presença, 2002 (4.ª ed.), p. 122; SANDÃO, Artur de. Faiança Portuguesa: Séculos XVIII-XIX, vol. 2. Porto: Livraria Civilização, 1985 (2.ª reimp.), pp.181-182.