Cerâmica de Talavera de la Reina
Cerâmica de Talavera de la Reina
As origens da cerâmica de Talavera de la Reina remontam ao século XII e têm origem muçulmana, percebendo-se na sua produção mais antiga uma clara influência mudéjar. A partir do final do século XVI, a essa característica inicial vão incorpora-se elementos do Renascimento italiano, e, a partir do século seguinte, o Barroco e a influência oriental assumem o protagonismo das cenas e motivos representados.
O ceramista ítalo-flamengo Jan Floris (também chamado Juan Flores, 1520-1567), chegado a Talavera em 1565, ao serviço do rei Filipe II de Espanha para fabricar azulejaria para os palácios e sítios reais (como o Mosteiro do Escorial), veio revolucionar as formas de fazer cerâmica até então utilizadas, introduzindo novos processos e técnicas cuja influência perdura até aos nossos dias.
No século XIX, com as invasões francesas, entre 1810 e 1812, e a destruição de várias fábricas dai decorrentes, bem como a concorrência com a cerâmica sevilhana, iniciou um período de decadência da cerâmica de Talavera. Esse hiato seria ultrapassado no século XX, cerca de 1908, com o ceramista Juan Ruiz de la Luna (1863-1945), que recuperou a velha tradição renascentista e barroca e assegurou uma nova produção com um selo de qualidade.
A 11 de dezembro de 2019, a UNESCO inscreveu a cerâmica de Talavera na sua Lista Representativa do Património Imaterial da Humanidade.
PEDRO PASCOAL DE MELO (Janeiro, 2023)