Nagasaki (japonês: 長崎), cidade portuária japonesa de grande importância comercial, especialmente durante a era Meiji (1868-1912), desempenhou um papel fundamental na produção e exportação de móveis e objetos decorativos requintados. Esta fase foi marcada pela crescente demanda nos mercados ocidentais por artigos de luxo, o que impulsionou as oficinas locais a se especializarem na criação de peças que mesclavam o design japonês tradicional com as expectativas estéticas e funcionais dos compradores estrangeiros. A segunda metade do século XIX foi particularmente significativa, pois o Japão, após séculos de isolamento, começou a se abrir para o comércio exterior, influenciado pela modernização e pelos novos gostos europeus.
As peças produzidas em Nagasaki eram elaboradas com materiais de alta qualidade, como laca e madrepérola, e apresentavam técnicas refinadas que combinavam o virtuoso artesanato japonês com um apelo visual mais cosmopolita. O mobiliário, com acabamentos sofisticados e detalhes intrincados, encantava os consumidores ocidentais, que viam na arte japonesa um simbolismo de exotismo e refinamento. Este intercâmbio cultural, visível nas produções de Nagasaki, ajudou a consolidar a cidade como um importante centro artístico e comercial do Japão, reforçando a sua reputação tanto no mercado interno quanto no internacional.
PEDRO PASCOAL DE MELO (abril, 2025)