Clarim

Instrumentos musicais
Castanheira & Cia.
- Autor

Descrição:
Este instrumento de bocal, de tubo liso, procede da tuba romana e é antecedente do trompete (clarim de pistões). O seu tubo é um pouco mais estreito que o da corneta, produzindo por isso sons de timbre mais claro e mais brilhante. Ao serviço do exército, o Clarim emprega-se nos sinais de ordenança de cavalaria e artilharia. Admitido nas Bandas Militares, Orquestras, Charangas e Fanfarras, em competência com a corneta, é hoje, como todos os instrumentos de bocal destes agrupamentos se servem, munido de pistões. Não se pode falar de Música Militar nem sobre Bandas Militares sem fazer referência a um elemento tão importante como o Clarim, instrumento que está ligado às origens da Música Militar. Mas se o Clarim está na origem de toda a trajetória da Música Militar, está-o muito mais no que diz respeito à Música Militar da cavalaria. Este instrumento foi adotado na reestruturação dos exércitos europeus durante o século XVIII, que seguiram as inovações bélicas do estado da Prússia, a monarquia mais militarizada da Europa desse período. Num ambiente de fumos, disparos, gritos e de grande confusão seria complicado obedecer às ordens dos superiores através de ordens verbais, uma vez que estas seriam inaudíveis. Assim o novo modelo exigia novos elementos. Foi necessário acrescentar instrumentos musicais ao campo de batalha: o Clarim e a Corneta. No caso de Portugal, na sequência da primeira invasão francesa (1807-1808) e no âmbito da reorganização da cavalaria portuguesa, no final do ano de 1808 e em 1809, foi criada no Regimento de Cavalaria nº 4 (Lisboa) uma escola para aprendizes de clarim. O Clarim, tocado pelo músico também denominado Clarim, destinava-se à transmissão das ordens às forças de cavalaria. Os instrumentos musicais destacados no meio dos combates desempenhavam funções estritamente operacionais. Este instrumento possui uma gama de notas agudas, dando-lhe um timbre estridente. A presença dos músicos passou a estar obrigatoriamente associada a cerimónias, funções e deveres militares. Os músicos militares passaram a estar presentes nas cerimónias que gradualmente se foram desenvolvendo fora dos quartéis, com vista a desempenhar funções cerimoniais e sociais, de modo a projetar uma imagem positiva dos militares e da sua relação com a população civil. A importância dos Clarins e Corneteiros foi crescendo. Tal era a sua importância no quadro das performances militares que levou à necessidade de serem criados cursos específicos para a formação deste tipo de músicos. Nos quartéis de recruta e formação do exército mantém-se a tradição da transmissão de ordens através da execução dos toques de Clarim ou Cornetim. Este fato evidencia a importância que têm a manutenção e transmissão integral da tradição militar para os recrutas, futuros militares, se ambientem ao mundo militar, fazendo parte até do ritual de passagem do deixar de ser recruta a militar.
Dimensões:
A. 16 x C. 39 x D. 11 (boca) cm
Nº de Inventário:
MAH.R.2019.3128
Data de produção:
Séc. XX [inicio]
Material e técnicas
Latão amarelo e couro
Entidade relacionada
Museu de Angra do Heroísmo

Autonomia dos Açores Digital | CollectiveAccess parametrizado e estendido por Estrutura para a Casa da Autonomia

Ao continuar a navegar no CCM - Património Museológico Açores está a aceitar a utilização de cookies para optimizar o funcionamento deste serviço web e para fins estatísticos.

Para mais informações, consulte a nossa Política de Privacidade.

Continuar