Cilício

Texteis e Indumentária

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Descrição:

O cilício era uma túnica, cinto ou cordão, que se trazia sobre a pele para mortificação ou penitência. Deriva do termo latim cilicinus, por ser feito com pelo de cabra, tecido áspero e grosseiro. Utilizado desde os tempos do cristianismo primitivo por figuras que, como São João Batista, São Jerónimo de Estridão ou Santo Agostinho de Hipona, pretendiam completar o sofrimento de Jesus Cristo; tornou-se comum no quotidiano monástico de, sobretudo, beneditinos e franciscanos. Um sofrimento voluntário que, o paradigma penitencial e cristocêntrico da Idade Média, fez extravasar das cercas dos conventos e mosteiros, para se alastrar por toda a sociedade da Europa ocidental. Instrumento de disciplina, a pretender cingir e apertar o corpo, para que, desafogado das opressões terrenas, fosse ao espírito permitido respirar, passou a assumir também a forma de corrente ou cinturão metálico, colocado em torno dos músculos da coxa, do braço ou próximo às costelas, estava dotado de pequenos espigões que, mais rombos ou mais aguçados, apenas marcavam a pele ou a rasgavam, deixando o sangue gotejar. Trazido à raiz da carne somente em alturas específicas do calendário litúrgico ou, ao longo de toda uma vida, imperadores, bispos e pensadores com ele se fizeram enterrar ou deixaram-no em testamento. Atualmente, ainda se conhece o uso do cilício no seio de algumas ordens religiosas como, por exemplo, a dos carmelitas descalços e a dos cartuxos. Este cilício terá sido incorporado através de uma doação, cujo anonimato foi solicitado, no ano de 1952, e deverá ter pertencido a uma monja Clarissa do extinto Convento de São Gonçalo de Angra do Heroísmo.

Dimensões:

A. 7 x C. 77 cm

Nº de Inventário:

MAH.R.2019.0376

Data de produção:

Séc. XIX e XX

Material e técnicas

Metal -  

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