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BACIA DE ÁGUA ÀS MÃOS

Palangana [ES]
Basin [EN]
Bassin [FR]
Schüssel [DE]
洗面器 [JP]
Artes Decorativas e aplicadas
Portugal
- Produtor

Título Alternativo:
Lavanda
Descrição:
Bacia oval, em prata, de estilo revivalista rococó. Objeto associado à higiene corporal e a cerimoniais do culto católico. Produção portuguesa, de oficina portuense, datável de 1843-1853.

Bacia de água às mãos, de formato oval e grandes dimensões, executada em prata – fundida, repuxada, cinzelada e batida –, de produção portuguesa, atribuída a uma oficina portuense, em estilo revivalista rococó, datável entre 1843 e 1853. Apresenta perímetro recortado e ondulado, com covo decorado por gomos espiralados. Ao centro, destaca-se uma cartela lisa, envolvida por elementos em relevo que se repetem ao longo da orla, onde sobressaem concheados, flores estilizadas e volutas, motivos característicos do vocabulário rococó. Junto à aba, encontra-se gravada a marca de ensaiador do Porto (um P coroado sobre coroa de louros), em uso entre 1843 e 1853, bem como a marca de um ourives não identificado.

Este tipo de peça, juntamente com um gomil, era inicialmente utilizado nas abluções finais das refeições, numa época em que ainda era comum comer com as mãos, permitindo que os convivas lavassem as mãos ao término do banquete. Com a evolução dos hábitos à mesa e o uso crescente de talheres, os gomis e bacias gradualmente perderam esta função primária, passando a ser usados em cerimónias religiosas e outros rituais domésticos. No contexto católico, tornaram-se frequentes nos batizados, servindo para a purificação simbólica do recém-nascido através da aspersão de água benta. Além disso, também foram usados em outras ocasiões solenes, como purificações rituais e atos litúrgicos privados, evidenciando a sua versatilidade e importância ao longo do tempo.

Destinada a ocasiões solenes, de representação e aparato, esta bacia destaca-se pelo seu caráter decorativo e cerimonial. A riqueza ornamental, inspirada no vocabulário rococó, confere-lhe imponência e reflete o requinte das pratas portuguesas de prestígio da época. O perímetro recortado e os exuberantes relevos indicam que foi concebida principalmente para exibição, enquanto a cartela central lisa valoriza a ornamentação envolvente, permitindo a aplicação de inscrições ou elementos heráldicos. Peças como esta simbolizavam o estatuto e o refinamento dos seus proprietários, representando um exemplo das práticas de etiqueta e prestígio social do período.
PEDRO PASCOAL DE MELO (março, 2025)

Nota: Agradecemos a Gonçalo de Vasconcelos e Sousa, historiador da arte e professor universitário, especialista em História da Prataria e da Joalharia em Portugal, pela valiosa colaboração na identificação, contextualização e descrição desta peça.

Bibliografia consultada:
  • ALMEIDA, Fernando Moitinho de; FONSECA, Rita Sofia Carlos da. Marcas de Pratas Portuguesas e Brasileiras (Século XV a 1887). Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2018 (3.ª ed.).
  • MARTINS, Francisco Ernesto de Oliveira. Palácio dos Capitães-Generais: Subsídios para a sua História. Angra do Heroísmo: Secretaria Regional da Administração Interna, 1989.
  • SANTOS, Reinaldo dos; QUILHÓ, Irene. Ourivesaria Portuguesa nas Coleções Particulares. Porto: Caminhos Romanos, 2016 (3.ª ed.).
  • SOUSA, Gonçalo de Vasconcelos e. Dicionário de Ourives e Lavrantes da Prata do Porto, 1750-1825. Porto: Civilização, 2005.
  • VIDAL, Manuel Gonçalves Vidal; ALMEIDA, Fernando Moitinho de. Marcas de contrastes e ourives portugueses. Lisboa: Imprensa nacional Casa da Moeda, 1974 (2.ª ed.).

Dimensões:
Totais : A. 7 x C. 88 x L. 62 cm
Nº de Inventário:
PGRA-PCG0958
Data de produção:
1843-1853
Material e técnicas
Prata - Fundida, repuxada, cinzelada e batida
Incorporação:
Esta peça foi adquirida em meados da década de 1980, como parte da ação de reconstrução do Palácio dos Capitães-Generais, após o sismo de 1981. O objetivo era decorar o edifício, sendo o processo conduzido com o auxílio de Francisco Ernesto Oliveira Martins, conhecido colecionador terceirense, que na altura exercia as funções de conservador do palácio. Desde então, integra as coleções da Presidência do Governo dos Açores, estando atualmente em exibição no Palácio dos Capitães-Generais, em Angra do Heroísmo.

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