Jan Janssonius (também conhecido como Johann ou Jan Jansson, ou ainda Janszoon) foi um influente geógrafo e editor do século XVII, natural de Arnhem, nos Países Baixos, onde nasceu em 1588. Desde cedo, teve contacto com o mundo da cartografia e da edição, graças ao seu pai, Jan Jansz, livreiro e editor, o que lhe proporcionou uma base sólida para a sua futura carreira na indústria editorial.
Em 1612, Janssonius reforçou os seus laços com a cartografia ao casar-se com a filha de Jodocus Hondius, o Velho, um dos mais notáveis cartógrafos da sua época. As primeiras cartas geográficas assinadas por Janssonius datam de 1616, marcando o início de uma carreira distinta num período em que os Países Baixos se afirmavam como centro incontestado da cartografia europeia.
Durante a década de 1630, Janssonius associou-se ao cunhado Henricus Hondius, estabelecendo uma das mais marcantes parcerias editoriais do período: a reedição do Atlas Mercator-Hondius, uma das obras cartográficas mais significativas da época. Após a morte de Jodocus Hondius em 1612, Henricus deu continuidade ao projecto editorial do atlas, ao qual Janssonius se juntaria oficialmente em 1633. A obra passou então a designar-se Atlas Novus e, mais tarde, Atlas Major, expandindo-se progressivamente até alcançar um total de onze volumes, uma das mais completas e ambiciosas compilações cartográficas do século XVII.
Em 1646, Janssonius publicou um volume dedicado aos condados ingleses, uma obra notável que se tornaria referência na cartografia inglesa, destacando-se pela sua precisão e riqueza de pormenores. Faleceu em Amesterdão em 1664, deixando um legado significativo no campo da geografia e da edição. O seu trabalho foi continuado pelo genro Johannes van Waesbergen (também conhecido como Johannes Janssonius van Waesberghe), ele próprio um respeitado editor e livreiro.
Mais tarde, muitas das chapas cartográficas originalmente produzidas por Janssonius foram adquiridas por Gerard Valck e Pieter Schenk, que continuaram a republicá-las, agora com os seus próprios nomes, garantindo a perpetuação da sua obra no panorama da história da cartografia.
PEDRO PASCOAL DE MELO (abril, 2025)