Henricus Hondius II (também conhecido como Hendrik Hondius, o Jovem) foi um renomado gravador, cartógrafo e editor, nascido em 1597 em Amesterdão, Países Baixos, numa das famílias mais influentes na história da cartografia. É importante destacar que não era parente de Hendrik Hondius I, embora ambas as famílias tenham se envolvido nas mesmas atividades cartográficas no mesmo período. Filho de Jodocus Hondius, o Velho, um famoso cartógrafo, Henricus cresceu num ambiente de excelência cartográfica. O seu pai foi responsável por obter as matrizes originais do famoso mapa-múndi de Gerardus Mercator de 1569 e por publicar uma versão atualizada desse mapa.
Após a morte do seu pai, em 1612, Henricus assumiu o comando do negócio familiar, tendo inicialmente trabalhado com o irmão Jodocus Hondius, o Novo, e mais tarde com o seu cunhado Jan Janssonius. Contudo, em 1621, Henricus decidiu abrir a sua própria empresa, marcando o início de uma nova fase na sua carreira. Em 1623, publicou a quinta edição do Atlas Mercator-Hondius, o que consolidou o seu nome no mundo da cartografia. Em 1628, formou uma parceria estratégica com Janssonius, e juntos expandiram a produção e distribuição de mapas e atlas de grande precisão. Essa colaboração ajudou a solidificar a reputação de Amesterdão como o centro de excelência cartográfica do século XVII.
Após a morte do seu irmão Jodocus, em 1629, Henricus distanciou-se ainda mais da antiga parceria com a família e, em resposta à venda das matrizes de seu irmão para o seu principal concorrente, Willem Blaeu, Henricus contratou gravadores para reproduzir as matrizes. No início da década de 1640, inexplicavelmente, Henricus deixou o negócio de publicação de atlas. No entanto, continuou a ser uma figura importante na cartografia, tendo deixado o legado das matrizes de cobre e a continuidade da publicação do Atlas Mercator-Hondius sob os cuidados de Jan Janssonius.
Henricus Hondius II faleceu a 16 de agosto de 1651, em Amesterdão, deixando um legado duradouro na cartografia. A sua contribuição, especialmente através da produção de atlas precisos e inovadores, garantiu-lhe um lugar importante na história da cartografia europeia.
PEDRO PASCOAL DE MELO (abril, 2025)
