Pintura com moldura.
Pintura com moldura.
Pintura com moldura.
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RETRATO DE SEBASTIÃO JOSÉ DE CARVALHO E MELO, SECRETÁRIO DE ESTADO E 1.º MARQUÊS DE POMBAL

Retrato de Sebastião José de Carvalho e Melo, Secretario de Estado y 1º Marqués de Pombal [ES]
Portrait of Sebastião José de Carvalho e Melo, Secretary of State and 1st Marquis of Pombal [EN]
Portrait de Sebastião José de Carvalho e Melo, Secrétaire d'État et 1er Marquis de Pombal [FR]
Porträt von Sebastião José de Carvalho e Melo, Staatssekretär und 1. Marquês de Pombal [DE]
ポンバル侯爵セバスティアン・ジョゼ・デ・カルヴァーリョ・エ・メロ初代国務長官の肖像 [JP]
Artes visuais
Miguel António do Amaral (1712-1780)
- Autor (atrib.)

Descrição:
Representação, a óleo sobre tela, de Sebastião José de Carvalho e Melo, Secretário de Estado e 1.º marquês de Pombal. Retrato pictórico. Produção portuguesa, atribuível a Miguel António do Amaral, datada de aproximadamente 1766-1777.

Pintura, a óleo sobre tela, emoldurada, representando Sebastião José de Carvalho e Melo, Secretário de Estado e 1.º marquês de Pombal (1699-1782; secretário de estado de 1750 a 1777), atribuída ao pintor português Miguel António do Amaral (1712-1780) e datável de entre 1766 e 1777. O retratado surge de corpo inteiro, de pé, em posição frontal, com o olhar diretamente voltado ao observador. Usa uma cabeleira postiça, encaracolada e empoada, seguindo a moda da época. Veste uma casaca e um calção justo abaixo do joelho, ambos de veludo azul, ricamente bordados a ouro, acompanhados de uma camisa branca com jabot e punhos rendados, além de um colete branco igualmente bordado a ouro. Um espadim pende da cintura. A indumentária é complementada por meias brancas e sapatos de salto com fivelas douradas. Ao pescoço, ostenta a cruz da Ordem de Cristo, suspensa por uma fita vermelha. A mão direita está colocada dentro do colete, enquanto a esquerda apoia-se na cintura. O fundo da pintura retrata um interior ricamente decorado, com panejamentos e uma coluna clássica. Também compõem a cena uma mesa coberta por um pano púrpura agaloado, sobre a qual repousa um chapéu preto emplumado, e um cadeirão dourado. Na base, do lado esquerdo, encontra-se pintada a inscrição "M.P.", que muito possivelmente corresponde às iniciais de marquês de Pombal. O quadro apresenta uma moldura retangular em madeira, com meias-canas côncavas, pintada de preto e ornamentada com frisos, enrolamentos, concheados e motivos vegetalistas dourados, dispostos nos cantos e ao centro de cada lado. Na parte inferior, uma placa de madeira dourada exibe, em relevo, a inscrição: "Marques Pombal".

Embora não assinada, a pintura em causa revela semelhanças formais e estilísticas com o retrato de D. Antão de Almada, da mesma época, presente nas coleções do Palácio dos Capitães-Generais, da autoria de Miguel António do Amaral. Isso sugere que a obra possa ser atribuída a este pintor, conhecido por seu trabalho na arte do retrato, e que está representado em diversas coleções públicas e privadas.

Sebastião José de Carvalho e Melo, 1.º Marquês de Pombal, nasceu em Sernancelhe a 13 de Maio de 1699, no seio de uma família da pequena nobreza. Figura central na história de Portugal, foi um dos maiores expoentes do reformismo iluminista do século XVIII. Desempenhou um papel determinante como Secretário de Estado durante o reinado de D. José I, entre 1750 e 1777 – ocupou dois secretariados: o dos Negócios Estrangeiros e da Guerra (1750-1755) e o dos Negócios Interiores do Reino (1755-1777) –, sendo o responsável por importantes reformas, como a expulsão dos Jesuítas, a reorganização da administração pública e o desenvolvimento da indústria portuguesa. Pelo seu trabalho, foi feito Conde de Oeiras e Marquês de Pombal, títulos que reflectiam a sua crescente influência e poder. Antes disso, no reinado de D. João V, foi embaixador nas cortes do Reino da Grã-Bretanha, em Londres, e do Sacro Império Romano-Germânico, em Viena, onde se destacou pela sua diplomacia e astúcia política. O seu legado vai além das reformas económicas e administrativas, sendo também responsável pela reconstrução de Lisboa após o devastador terramoto de 1755, que destruiu grande parte da cidade e exigiu uma reorganização urbana e social de proporções inéditas. Durante quase trinta anos, Pombal exerceu um poder absoluto sobre o país, impondo uma centralização forte do poder e implementando políticas que transformaram profundamente a sociedade portuguesa. A sua queda ocorreu com a ascensão de D. Maria I ao trono, que trouxe mudanças no equilíbrio político da corte. Morreu na vila de Pombal, a 8 de Maio de 1782.

Este retrato do Secretário de Estado e 1.º marquês de Pombal, Sebastião José de Carvalho e Melo, integra um conjunto que inclui também as representações do rei D. José I de Portugal (1714-1777; rei de 1750 a 1777) e do 1.º Capitão-General dos Açores, D. Antão de Almada (1718-1797; capitão-general de 1766 a 1775). De grande valor simbólico e político, as três personificações fariam parte de um programa retórico, comum na época, destinado à exaltação do poder do Rei, à afirmação do Estado absoluto a ele associado e à consolidação do domínio político, militar e judicial do Império sob seu comando. A sua presença no Palácio dos Capitães-Generais remonta à instalação da Capitania Geral nos Açores, sendo presumível que a obra tenha sido executada entre 1766, data em que D. Antão de Almada assumiu o cargo de Capitão-General, e 1777, ano em que morreu o rei D. José I de Portugal e Sebastião José de Carvalho e Melo foi destituído das suas funções.
PEDRO PASCOAL DE MELO (fevereiro, 2025)

Fontes e bibliografia consultadas:
  • FRANCO, Anísio. “As séries régias do Mosteiro de Santa Maria de Belém e a origem das fontes da iconografia dos reis de Portugal”, in FRANCO, Anísio [coord.], Jerónimos: 4 séculos de pintura [Catálogo de exposição]. Lisboa: Mosteiro dos Jerónimos/IPPAAR, 1993, vol. I, p. 292-337.
  • FRANCO, Anísio; PENTEADO, Pedro. "A série régia de Miguel António do Amaral na Câmara Municipal da Moita", in SILVA, Teresa Rosa (org.), I Jornadas de história e património local. Moita: Câmara Municipal da Moita, 2004, pp. 87-115.
  • GONÇALVES, Susana Cavaleiro Ferreira Nobre. A arte do retrato em Portugal no tempo do barroco (1683-1750): Conceitos, tipologias e protagonistas [Tese de Doutoramento]. Lisboa: Universidade de Lisboa, 2013 (Disponível em:  A arte do retrato em Portugal no tempo do barroco (1683-1750. Consulta em: 29 jan. 2025).
  • LEITE, José Guilherme Reis [et al.]. - Palácio dos Capitães-Generais. Ponta Delgada: Presidência do Governo Regional dos Açores, 2012.
  • LOUREIRO, José Luís. "Novos dados sobre o pintor Estanislau Luís António (1744-1804)", in Revista Museu, IV Série, N.º 23 (2017), pp. 59-82 (Disponível em: Novos_Dados_sobre_o_Pintor_Estanislau_Luis. Consulta em: 31 jan. 2025).
  • MACHADO, Cirilo Volkmar. Collecção de memórias, relativas às vidas dos pintores, e escultores, architetos, e gravadores portuguezes, e dos estrangeiros, que estiverão em Portugal. Lisboa: Imprensa de Victorino Rodrigues da Silva, 1823, p. 87 (Disponível em: Collecção de memorias. Consulta em: 29 jan. 2025).
  • MARTINS, Francisco Ernesto de Oliveira. Palácio dos Capitães-Generais: Subsídios para a sua história. Angra do Heroísmo: Secretaria Regional da Administração Interna, 1989
  • SERRÃO, Vítor; KAGANÉ, Liudmila; CURTO, Irina Marcelo. "Retratos de autoria Miguel António do Amaral em Portugal e na Rússia", in Arte Russa [Número especial, consagrado às relações russo-portuguesas], 2018 (outubro), pp. 72-79 (Disponível em: REVISTA ARTE RUSSA | 2018. Consulta em: 31 jan. 2025).

Dimensões:
Totais (tela e moldura) : A. 258 x L. 171 cm
Nº de Inventário:
PGRA-PCG0971
Data de produção:
circa 1766 - 1777
Material e técnicas
(Pintura) Óleo s/tela - Pintura
(Moldura) Madeira, tinta e ouro - Ensamblada, entalhada, pintada e dourada
Incorporação:
Esta peça faz parte de um conjunto de bens que, após a criação da Região Autónoma dos Açores em 1976, passaram a fazer parte do patrimônio regional, provenientes dos então extintos Governos Civis e Juntas Gerais dos Distritos Autónomos de Angra do Heroísmo, Horta e Ponta Delgada. Desde então, integra as coleções da Presidência do Governo dos Açores, estando atualmente em exibição no Palácio dos Capitães-Generais, em Angra do Heroísmo.

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